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Acadêmicos do Sul da ilha: Análise do Enredo e Samba 2024 - Por Sandro Roberto
Geral
Publicado em 04/02/2024

 

A escola de samba Acadêmicos do Sul da Ilha, levará para a passarela Nego Quirido o enredo “Obaluaê! O Senhor da Terra e da Cura!”, do carnavalesco José Alfredo Beirão, campeoníssimo no carnaval de Florianópolis, e de Jhean Fábio Nascimento, que também já assinou enredos em outras agremiações do carnaval florianopolitano..

Gostaria de deixar esclarecido que a análise se baseará na sinopse apresentada como uma história a ser contada, em razão do desconhecimento, porém do respeito à espiritualidade da qual não pratico, logo, há determinadas palavras que podem ser referir a objetos e ritos que fazem referência à prática religiosa que não fazem parte da minha prática de fé e por essa razão não será exploradas.

Feito o registro, passo à análise:

Segundo a proposta, “onde tem festa, tem terreiro, tem candomblé” e a idéia é que as pessoas possam “participar de umas das mais importantes festas do candomblé no Brasil: o “Olubajé, uma festa para o Grande Rei da Terra”.

Para desenvolver o enredo, o carnavalesco apresenta as raízes do candomblé e sua história, bem como a  história de Obaluaê desde o seu nascimento, missão e características:

“É o orixá da misericórdia e a ele devemos nossa saúde. Filho de Nanã Buruku e Oxalá, Obaluaê nasceu cheio de feridas e sua mãe o abandonou para morrer na beira do mar. Iemanjá ao caminhar sobre seus domínios encontrou a criança enferma, adotou-o e criou como seu filho, ensinando-lhe a superar os males e a curar todas as doenças. Obaluaê, o que cobre o rosto com a palha da costa, pois para os humanos é proibido ver o seu semblante, devido à deformação feita pela doença e pelo respeito que devemos a esse poderosíssimo Orixá.”

Sobre a questão da festa denominada Olubajé, assim apresenta a agremiação:

O Olubajé é uma cerimônia do candomblé em homenagem a Obaluaê, também denominada “Banquete do Grande Rei”, quando este Orixá convida a todos para compartilhar do seu fausto. É um ritual de caráter público que propicia a melhora da saúde, a cura e o equilíbrio espiritual de todos os presentes, iniciados na religião ou não que podem usufruir da cerimônia, desde que, nos dizeres dos praticantes da religião, estejam com o “coração aberto”.

A proposta do carnavalesco tem como finalidade apresentar tudo o que está relacionado a Obaluaê, seja a questão histórica da sua existência, seja os aspectos da religiosidade e sua missão enquanto Orixá.

O samba é assinado pelos renomados compositores Conrado Laurindo, Fred Inspiração, Leonel Januário, Sequinho do Cavaco e Willian Tadeu, que apresentaram uma obra que reflete a proposta de José Beirão, cobrindo todos os aspectos contidos na sinopse. Há muita poesia no samba e destaco os versos “Quando o sol beijou o solo/Oh mãe África, teu colo viu nascer menino-rei”. Interessante o recurso utilizado pelos compositores para registrar a saudação “Atotô”, destacando-a nos versos em que aparece.

Por fim, é aguardar o desfile e como se registra no samba “o samba convoca o grande xirê”.

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